Levantamento a partir do Infosiga mostra que 32 pessoas morreram em acidentes entre janeiro e março, contra 26 do mesmo período do ano anterior. Motociclistas seguem sendo as principais vítimas.
Um levantamento a partir de dados do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP) mostra que Campinas (SP) teve aumento de 23% nas mortes em acidentes de trânsito no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Com 32 óbitos entre janeiro e março, o início de 2023 mostrou-se mais violento que os dois anos anteriores, quando a metrópole teve 26 e 19 mortes, respectivamente. O número fica abaixo de 2020, quando 37 vidas foram perdidas no primeiro trimestre.
Mortes no trânsito em Campinas
1º trimestre/2020 :37
1º trimestre/2021: 19
1º trimestre/2022: 26
1º trimestre/2023: 32
Fonte: Infosiga.
As principais vítimas do trânsito de Campinas seguem sendo os motociclistas, com 14 mortes. Os pedestres vêm na sequência, com nove mortos em atropelamentos.
Ocorrências envolvendo automóveis mataram outras oito pessoas, entre motoristas e ocupantes, enquanto em um caso o veículo envolvido no óbito consta como "não disponível" no Infosiga.
Os números apontam a manutenção de um padrão de vítimas no trânsito. Nos três primeiros meses de 2022, foram 13 motociclistas e nove pedestres que vieram a óbito após acidentes. Outros quatro estavam em automóveis.
O que diz a Emdec?
Procurada para comentar o levantamento a partir da base de dados do Infosiga, a Emdec informou que está finalizando a análise dos dados de acidentalidade, no perímetro urbano, no primeiro trimestre de 2023 - veja diferenças de critério abaixo.
Em seu comunicado, a Emdec destaca que, "de qualquer forma, os principais fatores de risco para acidentes e mortes no trânsito de Campinas ainda são velocidade (acima da permitida) e álcool (ingestão de bebida alcoólica antes de dirigir, também valendo para o pedestre)".
Em fevereiro, a Emdec, lançou campanha de conscientização para combater a combinação álcool e direção. Em 2021, a análise de 133 ocorrências com mortes apontou que 22% delas tinham a embriaguez como fator de risco. Em 2022, dos 82 acidentes em vias urbanas e rodovias avaliados, esse índice saltou para 39%.
Diferenças na 'metodologia'
Segundo a Emdec, "há pequena diferença entre os dados do Infosiga/SP e o estudo realizado pela Emdec, por conta da metodologia utilizada, principalmente em relação às vítimas fatais".
"A metodologia da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere considerar como morte por acidente de trânsito todo óbito registrado até 30 dias após a ocorrência, uma vez que a grande maioria das mortes ocorre nesse período.
Já a metodologia utilizada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) considera vítima fatal aquela que morre no local do acidente.
No estudo técnico da Emdec considera-se vítima fatal quem morre em razão das lesões decorrentes de acidentes de trânsito a partir do momento do acidente até 180 dias após sua ocorrência, desde que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprove que a causa mortis foi o acidente", diz, em nota.
A empresa informa que os dados de óbitos por ela considerados são encontrados "nos registros dos seguintes órgãos, pertencentes a serviços públicos de saúde e segurança: Instituto Médico Legal (IML); Delegacias de Polícia Civil; Serviços Técnicos Gerais (Setec); e Polícia Militar (PM)."
"Com essa metodologia, obtém-se um banco de dados confiável das vítimas de acidentes de trânsito, nas vias sob gestão do município.
Isto subsidia, com dados estatísticos, os programas de segurança do trânsito da Emdec.
Os números subsidiam a implantação de políticas públicas, por meio de ações integradas de engenharia, operação, fiscalização de trânsito, educação e comunicação", diz, em nota.